quarta-feira, 30 de março de 2011

Jornal > Juremir Machado da Silva

Progresso e atraso

- Crédito: Pedro Lobo Scaletsky

Crédito da imagen: Pedro Lobo Scaletsky
Tudo pode virar. O progresso virou atraso. Quem te viu e quem te vê? O principal defensor do novo Código Florestal, que parece só favorecer os ruralistas, é o comunista Aldo Rebelo. O PC do B não é mais o mesmo desde que passou a ser financiado pela Coca-Cola e pelo Mc Donald''s. De olho na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos, as duas marcas americanas resolveram ajudar o comunismo tropical, que, com o ministro dos Esportes, controla essa área sensível para os interesses do capitalismo ianque. Gostaram desse ianque? Aldo Rebelo é o mesmo que pretendia proibir a invasão de termos estrangeiros na língua portuguesa. Os comunistas do socialismo real, esse que aconteceu na URSS e na China, nunca deram muita bola para a natureza. O negócio deles era o produtivismo.

O mundo anda rápido. Boa parte dos defensores do progresso a qualquer custo não percebeu a mudança: o progresso virou sinônimo de atraso. Progresso hoje é preservar o verde. Atraso é desmatar para plantar soja. Progresso é proteger o meio ambiente. Atraso é derrubar a mata para melhorar as estatísticas e satisfazer o mercado internacional. Progresso é não ceder 1 centímetro em relação às áreas de preservação permanente. Atraso é plantar em beira de rio e construir em encosta de morro. A expressão mais pura do atraso no Brasil atual é a Confederação Nacional da Agricultura da senadora Kátia Abreu. Aldo Rebelo poderia ser vice-presidente da CNA. O filósofo Michel Maffesoli jamais teve dúvidas: capitalismo e comunismo comungam um mesmo ideal: o produtivismo, cuja essência é o progresso à custa da natureza. Os agrochatos anacrônicos não querem nem saber.

O novo Código Florestal pode nascer retrógrado. Reduz as áreas de proteção permanente e dá anistia ampla, geral e irrestrita aos desmatadores de ontem, esses coitados que derrubam a Amazônia e a Mata Atlântica em nome da nossa segurança alimentar. Os progressistas tropicais admiram cidades de puro concreto e arranha-céus como Dubai. Certamente admiram também o autoritarismo vigente nesses lugares bizarros. É a cultura desses lugares hediondos que são os shopping centers, essas fortalezas brutas de concreto onde o clima natural foi substituído pela frieza artificial do ar-condicionado e pela estética asséptica dos aeroportos e dos hospitais de luxo, coisas que cidades de beleza clássica, mas ousada, como Paris, Londres e Viena, mantêm a distância calculada como obras da nova invasão dos bárbaros pós-modernos.

Tudo vira. Sempre que alguém saca a palavra progresso, pode-se ter certeza de que se trata de um conservador determinado a manter tudo como está, salvo o meio ambiente. O mundo das palavras é assim. Estranho. A palavra liberdade passou a ser sinônimo de defesa da desigualdade. Estou sendo chato? É verdade. Tenho mania de falar de coisas sérias e enfadonhas. Bem que eu poderia aproveitar melhor este espaço tratando de jogos emocionantes e profundamente inteligentes como o "BBB11". O problema é que não consigo acompanhar. Minha inteligência não alcança essa lógica do divertimento progressista.

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br
Retirado da página:
http://www.correiodopovo.com.br/impressao.Aspx?Noticia=273673

terça-feira, 15 de março de 2011

Votação do Código Florestal

Posto aqui um artigo bastante tendencioso publicado em página governamental do Ministério do Planejamento, orçamento e gestão.

Ele é interessante porque traz uma visão geral das lutas sobre o código florestal, mas tomei a liberdade grifar e colocar exclamações (uma amiga diz que “!” significa grito) nas partes tendenciosas.

Grifei em vermelho algumas partes que trazem informações importantes, como:

o chamado Projeto de Lei Complementar nº 12, já aprovado na Câmara, interfere diretamente na discussão do Código Florestal. Com parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, tira poderes de fiscalização do Ibama e impede o Conama de legislar em questões ambientais.”

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Votação do Código Florestal testará coalizão governista

Valor Econômico - 14/03/2011

Em mais um teste para sua estratégia de mediação de conflitos na coalizão governista, a presidente Dilma Rousseff enfrentará no processo de votação da reforma do Código Florestal uma feroz e mal disfarçada disputa entre os aliados no Congresso. Mais do que isso, a depender de como tratará de tema tão delicado, a presidente indicará, de forma mais clara, suas convicções na política ambiental e nos incentivos à produção rural do país.

Encoberta pelos gritos de agremiações do campo e organizações não governamentais (ONGs) ambientalistas, a votação do relatório de Aldo Rebelo na Câmara, marcada para abril, também apontará a correlação de forças no Parlamento e delimitará o real poder de fogo da suprapartidária bancada ruralista na gestão Dilma.

Diante do conflito interno na base parlamentar do governo e nos partidos aliados, o tom do Palácio do Planalto nas negociações pode evitar novas fraturas e ressentimentos. Do equilíbrio e da arbitragem do governo, dependerão as reações de ruralistas e ambientalistas - alguns mais, outros menos aliados, mas todos dependentes da caneta presidencial.

O PT, a exemplo do ocorrido nos debates da comissão especial do novo código, está dividido. Deputados de base rural defendem os benefícios do relatório Rebelo. Os eleitos por grandes centros urbanos questionam a anistia, formas e prazos para recomposição ou compensação ambiental, além das alterações em garantias legais propostas no texto. Mesmo o Núcleo Agrário do partido, ainda em processo de recomposição, tem dissidências. No PMDB, cujos ruralistas são mais ativos, há fissuras. As bancadas de PSB, PTB, PR, PP e PDT também têm suas divergências. Na oposição, PSDB, DEM e PPS tampouco atuam em uníssono.

O teste para Dilma Rousseff se estende ao Senado. Não menos incômodo, o chamado Projeto de Lei Complementar nº 12, já aprovado na Câmara, interfere diretamente na discussão do Código Florestal. Com parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, tira poderes de fiscalização do Ibama e impede o Conama de legislar em questões ambientais. E também transfere a Estados e municípios o poder de multar ou embargar obras e desmatamentos irregulares. De tão explosivo, o projeto foi parar nas mãos do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Com uma bancada ruralista mais robusta no Senado, em breve o texto deve ir a plenário.

Até aqui, Dilma Rousseff tem atuado nos bastidores. Por ordens suas, as discussões técnicas sobre o Código Florestal, tocadas em paralelo por um grupo de especialistas do governo, foram respaldadas pelos ministros da Agricultura e do Meio Ambiente. Isso agradou a bancada ruralista, reforçada pela atuação do relator Aldo Rebelo. E também deu esperanças à Frente Ambientalista. O compromisso é votar o projeto no plenário da Câmara em abril. No colégio de líderes, os ruralistas levam vantagem. Deputados ligados ao lobby do campo comandam PSDB, PTB, PR, PP e PDT.

Mais importante do que a luta política no Congresso, porém, é a chance que se apresenta ao governo para garantir, senão uma lei perfeita, ao menos regras claras para a proteção do ambiente e a produção agropecuária(tendencioso!!!). Em sua época de ministra, Dilma cobrava pressa no licenciamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para ficar em um exemplo, as hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia, criaram mal-estar entre Dilma e a área ambientalista do governo Lula. A então ministra Marina Silva deixou a Esplanada por uma estratégia creditada a Dilma: a entrega dos planos para a Amazônia ao ministro Mangabeira Unger. Na campanha de 2010, Dilma Rousseff temperou seu discurso com pitadas ambientais, mas rejeitou pressões para defender este ou aquele lado na disputa do Código Florestal.

Na Cúpula do Clima, em Copenhague, a candidata Dilma fez propostas firmes e concretas, embora vistas com ceticismo, para reduzir o desmatamento e as emissões de gases do efeito estufa ao chefiar a delegação brasileira. Agora, na Câmara e no Senado, a presidente Dilma Rousseff terá a chance de garantir o frágil equilíbrio entre preservação ambiental, segurança alimentar e desenvolvimento econômico de olho no futuro do país (tendencioso!!!)

sexta-feira, 11 de março de 2011

DIA 14 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL CONTRA AS BARRAGENS

PARTICIPE!


DIA 14 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL CONTRA AS BARRAGENS

Dia 14 de Março HAVERÁ UMA MANIFESTAÇÃO NA SEMA, as 16 h, para a entrega de um documento à Secretária da SEMA, Jussara Cony, e, as 17 h, no PALÁCIO PIRATINI (RS) para entrega de documento ao Governador Tarso Genro.

Solicita-se encontro na rua Carlos Chagas n. 55, as 15:45 h, estando preferencialmente todos de preto, com tambores, apitos, faixas, boa vontade, espírito livre, etc.

As hidrelétricas não são energia limpa e emitem grande carga de metano e CO2, que incrementam ainda mais o efeito estufa e o aquecimento global.

61 grandes projetos hidrelétricos no Brasil poderão causar o desmatamento de 5.300 km 2 , ou mais de meio milhão de hectares de florestas e o desalojamento de mais de 110 mil pessoas, sendo pelo menos 15 % formados por povos indígenas.
Não é possível que se condene a morte o rio Uruguai e se permita a destruição de todos os principais rios brasileiros.

Queremos zoneamentos prévios das bacias e rios, e que respeitem seus trechos prioritários para a conservação e uso da biodiversidade, protegidos e livres de barramentos!

O licenciamento ambiental no Brasil está virando uma vergonha, devendo ser revisto, urgentemente. Que se respeite a legislação de proteção ambiental e os acordos assinados por nosso País, em nivel internacional (Convenção da Diversidade Biológica, Direitos Humanos e os Povos Indígenas e Ribeirinhos, etc.).
NÃO VAMOS DEIXAR QUE O NOSSO QUERIDO PARQUE DO TURVO SEJA AFETADO PELA HIDRELÉTRICA DE PANAMBI, do Complexo Garabi (que poderia causar o corte de 1,7 MIL HECTARES DE FLORESTAS, OU 2 MILHÕES DE ÁRVORES) E QUE O SALTO DO YUCUMÃ (VER FOTO) DESAPAREÇA, EM DECORRÊNCIA DESTES PROJETOS.

VAMOS DEFENDER O PARQUE ESTADUAL DO TURVO!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Venda de campanha política, NÃO!

COM DOAÇÕES DE CAMPANHA, A DEMOCRACIA MORRE DE VEZ…
FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA, JÁ!

As megaempresas, o Código Flolestal e

as doações de campanha a Aldo e PC do B


Depois de uma pesquisa na página do TSE 
(http://spce2010.tse.gov.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2010/abrirTelaReceitasCandidato.action), no que se refere ao Dep. Aldo Rebelo, relator da mudança no Código Florestal Federal e seu partido (em anexo), poderemos verificar que:



1) Aldo Rebelo teve receitas de R$ 2.177.724,19, sendo que, tirando as 
verbas do Comitê de campanha, recebeu praticamente 2 milhões de 
doações, a maior parte de empresas. Chama a atenção a presença de 
grandes empreiteiras (também concessionárias) como a Camargo Correa, 
bem como a indústria Usiminas, várias empresas farmaceuticas, bancos, 
e de cafeicultores, pecuaristas e citricultores, que são, na maioria, contra a 
atual proteção de APPs e Reservas legais.



2) O Comitê do PC do B do Brasil teve uma receita de R$ 6.610.000,00. 
Chama a atenção a doação de R$ 300 mil de Eike Baptista, além de 
mineradoras, bancos, empreiteiras como a Queiroz Galvão (1 milhão de 
reais), a construtora OAS (R$ 750 mil), entre outras. As usinas de 
alcool aparecem com fartas doações, sendo a Cridasa doou 500 mil reais.



3) O Comitê do PC do B de São Paulo recebeu R$ 2.878.687,00, com 
recursos inclusive da Bunge (R$ 70.000,00) transnacional do 
agronegócio com sede nos EUA. Também receberam centenas de milhares de 
reais de várias usinas de alcool (que provavelmente não devem querer 
RL nem APPs em suas terras). As industrias de celulose e papel, como a 
Suzano e a Klabin, estão presentes com um total oficial de R$ 75 mil. 
As mineradoras não ficam muito atrás nas “contribuições” partidárias. 
É supreendente a aceitação de candidatura e de doação do 
vereador/cantor/apresentador do SBT, Netinho (PC do B) que é acusado 
em bater em mulheres e estar envolvido em irregularidades com repasses 
a ONGs que seriam fantasmas.



4) O Comitê do PC do B do RS recebeu da Braskem R$ 80.000,00 e da 
Fibria (empresa de Celulose, resultante da fusão da Votorantim e 
Aracruz) R$ 100.000,00.



Ficam no ar muitas perguntas, sem falar na enorme contradição com a 
suposta linha programática do partido, mas vamos limitar a somente 
cinco:


a) que interesse estas empresas, principalmente as que afetam 
diretamente o meio ambiente, têm em “doar” recursos eleitorais e até 
onde isso poderia comprometer o processo de licenças ambientais da 
SEMA-RS (secretaria na mão do PC do B)?



b) Com que moral o dep. Aldo Rebelo pode criticar as “ONGs 
estrangeiras que querem travar o agronegócio brasileiro”, se a Bunge é 
uma das maiores transnacionais estrangeiras do agronegócio e financia 
o PC do B?



c) Como A. Rebelo pode dizer que “não tem relação a doação dos 
cafeicultores” (que plantam em APPs), se as próprias entidades afirmam 
que ajudaram a financiar sua campanha para fazer frente ao Código 
Florestal atual?



d) Que outros partidos recebem recursos de empresas que degradam o 
meio ambiente? E que empresas são essas?



e) Onde isso vai parar? Quando a população brasileira vai se rebelar 
em relação a esse processo perverso de financiamento privado de 
campanha, encabeçado por empresas (inclusive concessionárias!)?

Não 
seria o caso de se fazer uma “Lista suja” dos candidatos, partidos e 
empresas envolvidas em irregularidades e em destruição ambiental? 



Mais detalhes, inclusive a outros partidos e candidatos, em: 
http://spce2010.tse.gov.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2010/abrirTelaReceitasCandidato.action

P. Brack